Casas de saúde espalham-se em todas as direções com o objetivo de sanar as moléstias do corpo e não faltam enfermos que lhes ocupem as dependências. Entretanto, as doenças da alma, não menos complexas, escapam aos exames habituais de laboratório e, por isso, ficam em nós, requisitando a medicação, aplicável apenas por nós mesmos. Estimamos a imunização na patologia do corpo. Será ela menos importante nos achaques do espírito? Surpreendemos determinada verruga e recorremos, de imediato, à cirurgia plástica, frustrando calamidades orgânicas de extensão imprevisível. Reconhecendo uma tendência menos feliz em nós próprios é preciso ponderar igualmente que o capricho de hoje não extirpado será hábito vicioso amanhã e talvez criminalidade em futuro breve. Esmeramo-nos por livrar-nos da neurastenia capaz de esgotar-nos as forças. Tratemos também de nossa afeição temperamental para que a impulsividade não nos induza à ira fulminatória. Tonificamos o coração, corrigindo a pressão arterial ou ampliando os recursos das coronárias a fim de melhorar o padrão de longevidade. Apuremos, de igual modo, o sentimento para que emoções desregradas não nos precipitem nos desvãos passionais em que se aniquilam tantas vidas preciosas. Requintamo-nos, como é justo, em assistência dentária na proteção indispensável. Empenhemo-nos de semelhante maneira, na triagem do verbo para que a nossa palavra não se faça azorrague de sombra. Defendemos o aparelho ocular contra a catarata e o glaucoma. Purifiquemos igualmente o modo de ver. Preservamos o engenho auditivo contra a surdez. No mesmo passo, eduquemos o ouvido para que aprendamos a escutar ajudando. A Doutrina Espírita é instituto de redenção do ser para a vida triunfante. A morte não existe. Somos criaturas eternas. Se o corpo, em verdade, não prescinde de remédio, a alma também. |
* * * André Luiz |
11 maio 2010
A Alma também-André Luíz
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